O sul da Bahia é o berço do descobrimento, a região de Porto Seguro foi o local da chegada dos Portugueses no Brasil. E continua sendo um local para se descobrir, belas praias, falésias e Mata Atlântica são apenas alguns exemplos da diversidade da região.
Viaje para uma região cheia de destinos numa única viagem. De Santa Cruz Cabrália até Trancoso, passando por Porto Seguro e Arraial d’ Ajuda, há muito a explorar e descobrir! Confira dicas para todos esses destinos.
Ao norte de Porto Seguro a cidade de Santa Cruz de Cabrália ainda abriga descendentes indígenas e tribos Pataxós com seus belos artesanatos. Ao sul, os distritos de Arraial d’ Ajuda e Trancoso contam história cercado de belas praias. E nada como a agitada Porto Seguro em especial no grande evento São João Elétrico. Todos os detalhes eu conto junto ao roteiro de 6 dias.
Para situar, a vigem foi em pleno São João, fim de junho. Cheguei via aérea pelo Aeroporto de Porto Seguro que fica muito próximo do Centro histórico (local que merece uma visitinha). Quem está acostumado a ler meus artigos sabe que em determinadas situações prefiro alugar um carro a depender de translado e passeios coletivos. O mesmo fiz chegando em Porto Seguro, logo para sair do aeroporto e para depois ter mobilidade para visitar toda a região. Porém, aqueles que não optarem por esta forma, não se preocupem, pois há passeios que podem ser contratados no hotel/pousada, ônibus e vans para auxiliar no transporte. Além da balsa de travessia para Arraial d’ Ajuda.
Primeiro Dia
Chegamos em Porto Seguro um pouco mais cedo que o horário para o check in no Hotel, escolhemos ficar num all inclusive (Pau Brasil Praia Hotel) na Praia de Taperapuan. Apesar de estar de carro alugado e ter planos de sair e explorar bastante a região, provavelmente o centro de Porto Seguro não seria uma opção de passeio quando se tem tantas outras coisas pra fazer. Foi por isso que decidimos já passar por lá neste tempo de espera. E foi simplesmente surpreendente ver tantas bandeirinhas, todas as ruas enfeitadas e coloridas.
Andamos pela rua do mangue, uma rua ao longo do manguezal cheia de casinhas históricas e todas coloridas. Encontramos a passarela do álcool, nome recebido pelo grande movimento dos bares a noite, o local fica, na verdade na Avenida do Descobrimento e também recebe o nome de “passarela do Descobrimento“. Ao meio do dia a avenida estava bem vazia, só contava com alguns trabalhadores que organizavam a estrutura para a Festa de São João que seria no fim da semana.
Do centro comercial para o Centro Histórico localizado na Cidade Histórica, fica no alto de uma falésia com um mirante incrível, uma vista panorâmica do litoral norte. O local é ótimo para o turismo histórico cultural, um museu a céu aberto tombado, em 1973, como Patrimônio Histórico Nacional pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) e reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade, em 2000, pela UNESCO.
O local foi o primeiro núcleo habitacional do Brasil. Aqui encontramos o Marco do Descobrimento, trazido de Portugal pela frota de Pedro Álvares Cabral. E prédios históricos como a Igreja Nossa Senhora da Pena, padroeira da cidade, a Igreja Nossa Senhora da Misericórdia e a Igreja de São Benedito, construída pelos Jesuítas onde ao lado está as ruínas da primeira escola Jesuíta do Brasil, e ainda a Casa da Câmara e Cadeia, a qual atualmente abriga o Museu de Porto Seguro. Se não bastasse tudo isso pra ver, também pode se assistir a uma roda de capoeira, com apresentações constantes, a arena fica logo na chegada da Cidade histórica.
Seguimos pela avenida Beira Mar em direção ao hotel e aproveitamos o fim da tarde na praia de Taperapuan. A praia é a mais movimentada e procurada da orla norte, especialmente pelas suas famosas barracas de praias e complexos de lazer que oferecem shows, música ao vivo e outros entretenimento, como é o caso do “Club de praia Tôa Tôa“.
Segundo dia
Dia de explorar Santa Cruz de Cabrália, seguimos para o norte até a Praia de Coroa Veremelha. Uma praia muito bonita cheia de corais, águas calmas e rasas e areia clara. A praia foi considerada o ponto de desembarque da expedição de Pedro Álvares Cabral. Ao centro tem um calçadão com a feira de artesanato dos índios Pataxós com o comércio indígena numa oca e ainda o Museu indígena ao lado. Há uma praça com o local onde foi realizada a primeira missa nas terras brasileiras.
Aproximadamente 8 km dali é o centro da cidade de Santa Cruz Cabrália e o Centro Histórico que fica no alto de uma colina, rua íngreme de paralelepípedos para subir e conta com uma vista bem legal do porto das balsas. No Centro Histórico está a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição e a Câmera Cadeia que guarda um museu simples.
Atravessado a balsa tem-se acesso a outras praias também recomendadas pelos viajantes como a Praia de Santo André mas optei por não atravessar e curtir o dia somente na Praia da Coroa Vermelha e valeu a pena.
Terceiro Dia
Dia de caminhar pelas belas praias de Arraial d’ Ajuda.
Para quem chega a Porto Seguro e pretende ficar ou ir para Arraial d’ Ajuda é um pequeno trecho que tem que percorrer, do aeroporto até a balsa são 4km que pode-se fazer de táxi ou ônibus. E depois da travessia são aproximadamente mais 4km até o centro de Arraial e além dos meios de transporte já citados também há diversas vans oferecendo trajetos distintos, centro, Eco Park, praias, enfim. A travessia da balsa para quem está a pé é cobrada apenas no sentido Porto Seguro – Arraial, o inverso não paga. O custo é de 3 reais. Para quem está de carro o valor é de 11 reais e paga-se os dois trechos.
O trajeto é bem tranquilo, há balsas 24 horas a cada trinta minutos e a duração da travessia é em média 10 minutos. Pra quem está de carro, como foi meu caso, dependendo do horário tem uma pequena fila para enfrentar então a dica é, vá cedo!
Travessia realizado o primeiro destino foi a praia de Mucugê que é a mais próxima do centro do distrito de Arraial d’Ajuda. Uma praia bem estruturada, com grande número de barracas. É uma das praias mais procuradas e, durante a maré baixa pode-se ver e andar pelos recifes e claro, a praia fica bem calma, uma grande piscina.
Neste dia decidimos não ficar na praia mas sim fazer uma longa caminhada que nos proporcionou conhecer diversas praias, algumas delas em que é quase impossível ter acesso via terrestre. Tênis no pé e mochila nas costas, com água, um lanchinho e protetor solar, câmera fotográfica ao alcance das mãos e partimos sentido Trancoso até a praia de Taípe.
NOTA: Antes da minha viagem procurando informações sobre a região do Litoral Sul para me planejar, li num blog de viagens (Viagens cinematográficas) sobre uma caminhada que o Fábio (responsável pelo blog) fez indo de Arraial até Trancoso passando pelas diversas praias. Percebi que a caminhada seria uma boa opção para conhecer lugares lindos fazendo algo que gosto muito, caminhar na praia. Porém a caminhada total é de 12 km só ida. No caso, o Fábio do Viagens Cinematográficas ao chegar em Trancoso pegou a van para retornar para sua hospedagem. Eu, como deveria deixar o carro no estacionamento da Praia de Mucugê, teria mais dificuldade para retornar. Decidi fazer a a caminhada em dois sentidos (metade num dia, metade no outro). Sendo que no primeiro dia saímos de Mucugê sentido Trancoso, até o meio do caminho, na praia de Taípe e retornamos. E no segundo dia, fomos até Trancoso de carro e caminhamos sentido contrário (sentido praia de Mucugê – Arraial) até o mesmo ponto do dia anterior na praia de Taípe, retornando em seguida para Trancoso.
Foi um passeio muito legal e valeu muito cada passo dado, são lugares lindos por onde se passa. E para não estender muito este roteiro, eu conto os detalhes do passeio a pé (totalizando 24 km) no artigo “Caminhada espetacular pelas Praias de Arraial e Trancoso“.
Não deixe de conferir este passeio, e incluir ele no seu roteiro!
Quarto Dia
Os planos do dia era continuar a caminhada que resultaria em 24 km de praias e lindas paisagens. Mas desta vez partindo de Trancoso, da praia dos Coqueiros, que é a de mais fácil acesso a pé vindo do local conhecido como Quadrado.
Novamente atravessamos a balsa para ir até Trancoso desta vez. Há um caminho em que não é preciso atravessar por balsa mas o trajeto tem o dobro da distância (84 km), apesar do tempo de viagem ser praticamente o mesmo. Usando a balsa há duas opções de caminho também, um deles pela BA 987 ( com pouco mais de 45 km e todo asfaltado) outro pela BR 986 que apesar de ser o caminho mais curto, 32 km, é um longo trecho em estrada de terra. Eu não sabia estes detalhes, “joguei”o destino no GPS e fui na fé. Grande erro! Havia chovido bastante durante a noite, e praticamente fiz um rally de Arraial a Trancoso, além do medo de atolar e é uma estrada bem deserta, ou estava naquela ocasião. Por sorte tenho um pouco de experiência em dirigir em estrada de terra e conseguimos chegar bem a Trancoso porém com o carro literalmente coberto de lama. Concluindo, o retorno foi pelo caminho mais longo.
Além da caminhada, conhecemos um pouquinho de Trancoso, como o Quadrado histórico, lugar quase tão famoso como as próprias praias. O lugar segue a tradição Portuguesa com a igreja ao centro e as casas coloridas ao redor. Lugar é encantador!
Ao fundo da igreja tem-se um belo mirante das praias do Coqueiro e dos Nativos. Ali está sempre cheio de turistas mas não pare sua visita, voltando do mirante para a Igreja de São João Batista, do século 18, ao lado esquerdo tem uma ruela, uma ladeira que dá acesso as praias, e chegando no fim da ladeira ainda é preciso atravessar uma passarela sobre o mangue. Quando a maré está mais baixa é possível ver os caranguejos entre as raízes das árvores.
Passarela de acesso à praia e ao lado imagem de caranguejo no mangue
Na volta ainda exploramos um pouco mais do Quadrado e da região. Não ficamos na cidade até o anoitecer pois como sabem estava hospedada em Porto Seguro e ainda tinha o caminho de volta. Mas pra quem tiver a oportunidade é um bom atrativo já que a noite é bastante movimento e há muitas opções de restaurantes.
Quinto dia
Escolhemos voltar a Arraial para explorar mais da cidade e curtir a praia de Mucugê. O Centro do distrito de Araial d’ Ajuda é cheio de lojinhas, galerias, pousadas e bares. Conhecido como Rua do Mucugê o local conseguiu preservar a simplicidade da aldeia de pescadores com um ar tranquilo e descontraído. Essa rua guarda surpresas desde suas aconchegantes pousadas, aos bares com música ao vivo e até uma viela conhecida como Beco das Cores que lembra uma galeria a céu aberto. Bons lugares para passear de dia ou a noite.